Recentemente, em Carnaubais surgiu nas redes sociais o incômodo de alguns pela existência do Wi-fi na praça e escolas, com o argumento do uso indevido da rede, que tem causado isolamento de usuários e fragilizando a socialização real entre os mesmos.
Primeiramente, quero deixar claro que concordo plenamente quando dizem que no mundo atual temos vistos pessoas se isolando e fugindo dos relacionamentos reais, vivenciando cada vez mais em um mundo virtual. Mas discordo completamente quanto ao que diz sobre o Wi-fi público e gratuito. Porque pelo que percebi a crítica não é ao isolamento causado pela intenet ou o uso dessas tecnologias, mas ao Wi-Fi, público e gratuito. Pois na opinião dos críticos aqueles que podem pagar o acesso podem continuar acessando nas praças ou casas e continuarem se isolando, basta pra isso, terem dinheiro para pagar o sinal. É o que se apreende quando a crítica é direcionada ao sinal e não ao uso dele.
Santos Dumont quando desenvolveu o avião o fez com o desejo de realizar o sonho antigo dos seres humanos de voarem, no entanto ao ver sua criação sendo utilizada na guerra, sentiu grande angústia e suicidou-se. Einstein quando desenvolveu a fórmula E= mc² estava possibilitando a transformação de massa em energia, realizando uma revolução com geração de energia nuclear, por um outro lado esse mesmo conhecimento foi utilizado para fabricação da bomba atômica. O problema não está nas coisas, e sim no USO que PODE ser dado a elas. A faca, que é instrumento indispensável na cozinha para elaboração de deliciosos e belos pratos, pode ser usado para ferir um irmão. O sinal de internet privado, pode ser utilizado para busca de informações, para socialização de pessoas distantes, como também para cometimentos de crimes como da pornografia infantil. Um sinal aberto de internet Wi-fi, na minha humilde opinião, deveria ser aberto não só em escolas, praças, restaurantes, mas deveria ser GERAL, IRRESTRITO e GRATUITO. Onde TODOS, sem exceção, pudessem ter acesso à rede na hora e no lugar que quisessem, claro que com restrição a escolas que devem possuir um controle de acesso, tendo em vista que lá tem pessoas ainda em formação e ainda estão em processo de compreensão de seus deveres e responsabilidades.
Importante ter em mente que se fosse para restringir o uso de coisas que podem serem danosas a socialização, ou a qualquer outra coisa na vida, teríamos que acabar com a TV, o vídeo game, a internet pessoal (que faz com que o cidadão não saia mais nem de casa, quanto mais conversar com alguém na praça). Ah sim, também tem o argumento do livro. Parece que teríamos que acabar com os livros também. Parece que eles isolam muito as pessoas, muitos se viciam e não conseguem se comunicar mais com ninguém. Conheço pessoas assim. São muitas vezes vítimas de bullying, sendo chamados de “Nerds” pelo fato de serem apegados aos estudos e terem dificuldade de se relacionarem socialmente. É, parece ridículo esse meu argumento sobre o livro. E é. É tão ridículo como dizer que a culpa é de um sinal de internet e não de seu usuário quando o utilizada de maneira inadequada.
E aí, ainda acredita nesse papo de que a culpa é da COISA e não do USO que se faz dela?
Thiago Cavalcnte – PCdoB
Autor do Projeto de Lei que criou o CARNAUBAIS DIGITAL