“Atire a primeira pedra aquele que não cometeu este pecado”
Por: Ademar Menezes*
O pleito municipal de 2012 no município de Carnaubais ainda não acabou! Uma guerra nos tribunais da justiça eleitoral está sendo travada e muitos equívocos nas ruas são propagados. Diante deste contexto, e compreendendo que no âmbito da vivência social as “coisas” não são naturais como alguns homens teimam em afirmar que sim. Natural é o fluxo de um rio quando não alterado pela ação antrópica. Entendo que todas as relações humanas perpassam por interesses, sejam de ordem individual ou coletiva, sendo esses, o que nortearão as relações sociais, sendo na sua essência uma construção histórica e cultural de um povo em um espaço tempo.
A política no sentido global da expressão e a entendendo para além da política institucional partidária, todas as manifestações humanas no âmbito social representa um ato político, mesmo quando este ato tende a negar qualquer conotação política. “Levantar bandeiras” discursar em defesa de ideias e de objetivos comuns ou não, se configura como ato político. Sem dúvida, a política é uma ferramenta poderosa de transformação da realidade, seja para o bem comum ou para o bem individual em detrimento do bem comum.
Refletindo acerca dos últimos fatos da política institucional carnaubaense e especificamente sobre o caso que envolve o prefeito Luizinho que está sendo acusado de crime eleitoral (abuso do poder econômico), existem alguns fatos que não são de simples entendimento. Primeiro: é sabido por todos que vivenciaram a intensa e atípica corrida eleitoral na cidade de Carnaubais pleito 2012, que um forte e poderoso grupo econômico liderado por um coronelzinho e um paraquedista aventureiro, se estabeleceu com o objetivo de alcançar o executivo municipal carnaubaense, e para tanto não mediram esforços, principalmente financeiros, pagando “latão a preço de ouro”. Quem realmente cometeu abuso econômico? Segundo: me parece estranho a atitude do Tribunal Regional Eleitoral de marcar data para eleições suplementares em Carnaubais antes do esgotamento da jurisdição eleitoral. “A realização de eleições suplementares acarreta a mobilização dos eleitores e significativas despesas para o erário. É medida a pressupor, em regra, o esgotamento da jurisdição eleitoral e, portanto, o crivo deste Tribunal. Eis o contexto a revelar a relevância do pedido e o risco de manter-se com plena eficácia a Resolução referida e a designação da data de 2 de fevereiro próximo para o escrutínio” (Ministro do TSE Marco Aurélio). Por último, a questão que envolve a ética e o bom senso, que atire o primeiro litro de gasolina, o primeiro tijolo, a primeira caixa de remédio, o primeiro saco de cimento, o primeiro exame, a primeira conta de luz, o primeiro aluguel, o primeiro botijão de gás, a primeira feira, a primeira habilitação, a primeira dentadura, o primeiro CPF, o primeiro RG e até o primeiro título de eleitor, aquele dentre os candidato que participaram do pleito municipal 2012 de Carnaubais que não cometeu este pecado. E não estou aqui colocando todos no mesmo saco e nem muito menos simplificando o que é extremamente complexo, o histórico e cultural sistema de apadrinhamento e clientelismo político predominante em nossa sociedade.
* Ademar Menezes é graduando do curso de História (UERN) e vice-presidente do PC do B de Carnaubais/RN
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